Bioquímica do Alzheimer

“Como é terrível o dom do conhecimento, quando não serve a quem o tem!”

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Diferenciais na análise do EEG do paciente com DA quando comparado ao paciente controle



Diferenciais na análise do EEG do paciente com DA quando comparado ao paciente controle


Um paciente com Alzheimer possui um aumento na potência das bandas de baixa frequência (bandas relacionadas ao repouso e menores atividades cerebrais), e uma queda de potência nas bandas de frequências mais altas (bandas relacionadas à maior atividade cerebral). De acordo com os estudos realizados pelo pesquisador Pedro Miguel de Luís Rodrigues do Instituto Politécnico de Bragança, há maiores evidências do aumento da atividade em teta, e da diminuição da atividade em beta. Tal fenômeno é denominado “shift to the left”, em português, deslocar para a esquerda. Esse deslocamento é visível no gráfico abaixo. Tal evidência está presente no estágio intermediário e avançado da doença. Entretanto, sabendo que a DA está relacionada a uma queda na produção de Acetilcolina (hormônio ligado ao aprendizado e a memória), e sabendo também que o EEG em pacientes com o déficit de acetilcolina possui atividade descoordenada, a doença possivelmente pode ser diagnosticada a partir do EEG em seu estágio inicial se o exame for associado a outras evidências catalogadas no histórico do paciente. 






O seguinte vídeo apresenta o estudo realizado por um professor e pesquisador britânico. O pesquisador elucida a verdadeira essência do exame (EEG) e o seu reflexo sobre o diagnóstico das demências.





Postagem Realizada por: IAN TORRES DE LIMA

Referências:

 Diagnóstico da Doença de Alzheimer Com Base no Eletroencefalograma de Pedro Miguel de Luís Rodrigues. Relatório Final do Trabalho de Projeto apresentado à Escola Superior de Tecnologia e de Gestão Instituto Politécnico de Bragança para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia Biomédica




Eletroencefalograma no Diagnóstico do Alzheimer


Eletroencefalograma no Diagnóstico do Alzheimer


Em postagens anteriores relacionadas ao diagnóstico da doença, vimos a dificuldade de se diagnosticar precocemente a Doença de Alzheimer.  Tal fato colabora para que quando diagnosticada, na maioria dos casos, a DA já se encontre em estágio avançado. Entretanto, alguns métodos estão sendo avaliados, como foi citado em postagens anteriores, a fim de se estabelecer o diagnóstico precoce da DA. Com um diagnóstico precoce, as chances de controle da DA são elevadas. Além dos estudos já citados, como a análise do líquido cefalorraquidiano, existem outros métodos que apontam para um diagnóstico mais precoce da doença, um exemplo é a análise do EEG (Eletroencefalograma).

Em 1929, o alemão Hans Berger promoveu um estudo demonstrando que o cérebro gerava atividade elétrica, tal atividade poderia ser captada e decifrada. O EEG é aparentemente um exame simples, mas de grande importância para a análise da atividade cerebral. Ele é realizado por meio da utilização de eletrodos posicionados em locais específicos na cabeça do paciente. A posição dos eletrodos é realizada a partir de um acordo internacional, fato muito importante para se eliminar irregularidades indesejadas na promoção do EEG.

É basicamente assim: os eletrodos captam a atividade cerebral e enviam o sinal elétrico a um amplificador. O amplificador funciona como uma lupa, pois possibilita uma melhor análise dos dados coletados pelos eletrodos. O sinal é codificado por um sistema computacional, e apresentado em forma de ondas. A análise é realizada a partir das ondas codificadas pelo computador.


Ondas Cerebrais

Para melhor compreensão de como é realizado o exame para possível identificação da DA, devemos compreender os diferentes tipos de ondas emitidas em forma de sinais elétricos pelo cérebro.

à Delta = Associada ao sono profundo. Possui a menor frequência



à Teta = Associada ao sono leve e ao movimento rápido dos olhos decorrente do sonho




à Alfa = Associada a uma pessoa acordada e de olhos fechados



à Beta = Associada à melhor acuidade visual, a atenção e concentração




à Gama =  Associada a percepção e a consciência




  As ondas acima estão dispostas em ordem crescente de atividade cerebral.

A próxima postagem irá elucidar as principais diferenças entre um EEG controle e um EEG de um paciente portador da DA. 

Postagem Realizada por : IAN TORRES DE LIMA
Referências :

 Diagnóstico da Doença de Alzheimer Com Base no Eletroencefalograma de Pedro Miguel de Luís Rodrigues. Relatório Final do Trabalho de Projeto apresentado à Escola Superior de Tecnologia e de Gestão Instituto Politécnico de Bragança para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia Biomédica:  
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/3126/3/Pedro_Rodrigues_TecnologiaBiom%C3%A9dica_2011.pdf

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2011000700004&lang=pt

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dieta Mediterrânea, Álcool e Chocolate: Relação com o Alzheimer


           Diversas dietas possuem uma relação com a doença de Alzheimer. Hoje, sabe-se que a ingestão de certos alimentos pode aumentar ou diminuir as probabilidades de desenvolver-se tal doença. No post anterior sobre prevenção foi tratado o tema das gorduras. Pode-se afirmar que o ômega-3 é o grande destaque na mídia, devido a sua capacidade de prevenção de muitas doenças, alem do próprio Alzheimer.
             Uma dieta que inclui bastante ômega-3 é a dieta mediterrânea, a conhecida dieta da longevidade, que é praticada por comunidades que vivem próximas do mar mediterrâneo. Ela se baseia no alto consumo de frutas, hortaliças, cereais (como o trigo), leguminosas (como a lentilha), oleaginosas (como a amêndoa), peixes, leite e seus derivados, vinho e azeite de oliva. É uma dieta rica em antioxidantes e ácidos graxos insaturados.
            Os dados sobre as comunidades que praticam essa dieta são, de fato, bons: uma análise conjunta de doze estudos estima que a probabilidade de se desenvolver o Alzheimer por um praticante dessa dieta é diminuída em 13%. Isso se deve, principalmente, à presença de antioxidantes naturais, como o betacaroteno e as vitaminas C e E. Alem do Alzheimer, essa dieta possui dados de prevenção de vários outros tipos de doença, incluindo doenças cardiovasculares.
            O álcool, por si só, é relacionado ao desenvolvimento de diversos tipos de demências, por ser um componente neurotóxico. Entretanto há estudos que indicam que ele pode ser benéfico ao organismo, na prevenção do Alzheimer, independente do tipo de bebida alcoólica, se não for ingerido em grandes quantidades (um drink para mulheres e dois para homens é a recomendação padrão).
            Alem da própria ação do álcool, o vinho (presente na dieta mediterrânea) é uma bebida que contem diversos outros componentes, dentre eles antioxidantes como os flavonoides, os quais não se fazem presentes em outras bebidas alcoólicas. Não se sabe ao certo se grandes quantidades de álcool têm o mesmo efeito de prevenção ou não, devido ao fato de idosos geralmente não ingerirem altas doses de álcool.
            Outro alimento rico em flavonoides é o chocolate amargo. Por ter maior concentração de cacau, e menos açúcar, ele é considerado mais saudável, apesar de seu gosto um pouco pungente. O cacau é rico em flavonoides, o que reflete no chocolate. Entretanto, a maior parte dos nutrientes do cacau se perde durante o seu processamento na transformação em chocolate comum, alem da adição de açúcar. Por isso, o chocolate amargo é mais recomendado, por manter muito mais antioxidantes do cacau que o chocolate ao leite.

            No próximo post sobre prevenção, será tratado o tema dos medicamentos não-esteroides e da ação de algumas vitaminas antioxidantes.

Escrito por: José Alberto Souza Abdon

Fontes de pesquisa:

 GALDINO, TATIANA P. Dieta Mediterânea E Longevidade. In: Atualizações em Geriatria e Gerontologia IV: Aspectos Demográficos, Biopsicossociais e Clinicos do Envelhecimento. Porto Alegre: ediPUCRS, 2012. P.65-80