Diversas dietas possuem uma
relação com a doença de Alzheimer. Hoje, sabe-se que a ingestão de certos
alimentos pode aumentar ou diminuir as probabilidades de desenvolver-se tal
doença. No post anterior sobre prevenção foi tratado o tema das gorduras.
Pode-se afirmar que o ômega-3 é o grande destaque na mídia, devido a sua
capacidade de prevenção de muitas doenças, alem do próprio Alzheimer.
Uma dieta que
inclui bastante ômega-3 é a dieta mediterrânea, a conhecida dieta da
longevidade, que é praticada por comunidades que vivem próximas do mar
mediterrâneo. Ela se baseia no alto consumo de frutas, hortaliças, cereais
(como o trigo), leguminosas (como a lentilha), oleaginosas (como a amêndoa),
peixes, leite e seus derivados, vinho e azeite de oliva. É uma dieta rica em antioxidantes
e ácidos graxos insaturados.
Os dados sobre as comunidades que praticam essa dieta são,
de fato, bons: uma análise conjunta de doze estudos estima que a probabilidade
de se desenvolver o Alzheimer por um praticante dessa dieta é diminuída em 13%.
Isso se deve, principalmente, à presença de antioxidantes naturais, como o betacaroteno
e as vitaminas C e E. Alem do Alzheimer, essa dieta possui dados de prevenção
de vários outros tipos de doença, incluindo doenças cardiovasculares.
O álcool, por si só, é relacionado ao desenvolvimento de
diversos tipos de demências, por ser um componente neurotóxico. Entretanto há
estudos que indicam que ele pode ser benéfico ao organismo, na prevenção do
Alzheimer, independente do tipo de bebida alcoólica, se não for ingerido em
grandes quantidades (um drink para mulheres e dois para homens é a recomendação
padrão).
Alem da própria ação do álcool, o vinho (presente na
dieta mediterrânea) é uma bebida que contem diversos outros componentes, dentre
eles antioxidantes como os flavonoides, os quais não se fazem presentes em
outras bebidas alcoólicas. Não se sabe ao certo se grandes quantidades de álcool
têm o mesmo efeito de prevenção ou não, devido ao fato de idosos geralmente não
ingerirem altas doses de álcool.
Outro alimento rico em flavonoides é o chocolate amargo.
Por ter maior concentração de cacau, e menos açúcar, ele é considerado mais saudável,
apesar de seu gosto um pouco pungente. O cacau é rico em flavonoides, o que
reflete no chocolate. Entretanto, a maior parte dos nutrientes do cacau se
perde durante o seu processamento na transformação em chocolate comum, alem da
adição de açúcar. Por isso, o chocolate amargo é mais recomendado, por manter
muito mais antioxidantes do cacau que o chocolate ao leite.
Escrito por: José Alberto Souza Abdon
Fontes de pesquisa:
GALDINO, TATIANA P. Dieta Mediterânea E Longevidade. In: Atualizações em Geriatria e Gerontologia IV: Aspectos Demográficos, Biopsicossociais e Clinicos do Envelhecimento. Porto Alegre: ediPUCRS, 2012. P.65-80
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