Bioquímica do Alzheimer

“Como é terrível o dom do conhecimento, quando não serve a quem o tem!”

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dieta Mediterrânea, Álcool e Chocolate: Relação com o Alzheimer


           Diversas dietas possuem uma relação com a doença de Alzheimer. Hoje, sabe-se que a ingestão de certos alimentos pode aumentar ou diminuir as probabilidades de desenvolver-se tal doença. No post anterior sobre prevenção foi tratado o tema das gorduras. Pode-se afirmar que o ômega-3 é o grande destaque na mídia, devido a sua capacidade de prevenção de muitas doenças, alem do próprio Alzheimer.
             Uma dieta que inclui bastante ômega-3 é a dieta mediterrânea, a conhecida dieta da longevidade, que é praticada por comunidades que vivem próximas do mar mediterrâneo. Ela se baseia no alto consumo de frutas, hortaliças, cereais (como o trigo), leguminosas (como a lentilha), oleaginosas (como a amêndoa), peixes, leite e seus derivados, vinho e azeite de oliva. É uma dieta rica em antioxidantes e ácidos graxos insaturados.
            Os dados sobre as comunidades que praticam essa dieta são, de fato, bons: uma análise conjunta de doze estudos estima que a probabilidade de se desenvolver o Alzheimer por um praticante dessa dieta é diminuída em 13%. Isso se deve, principalmente, à presença de antioxidantes naturais, como o betacaroteno e as vitaminas C e E. Alem do Alzheimer, essa dieta possui dados de prevenção de vários outros tipos de doença, incluindo doenças cardiovasculares.
            O álcool, por si só, é relacionado ao desenvolvimento de diversos tipos de demências, por ser um componente neurotóxico. Entretanto há estudos que indicam que ele pode ser benéfico ao organismo, na prevenção do Alzheimer, independente do tipo de bebida alcoólica, se não for ingerido em grandes quantidades (um drink para mulheres e dois para homens é a recomendação padrão).
            Alem da própria ação do álcool, o vinho (presente na dieta mediterrânea) é uma bebida que contem diversos outros componentes, dentre eles antioxidantes como os flavonoides, os quais não se fazem presentes em outras bebidas alcoólicas. Não se sabe ao certo se grandes quantidades de álcool têm o mesmo efeito de prevenção ou não, devido ao fato de idosos geralmente não ingerirem altas doses de álcool.
            Outro alimento rico em flavonoides é o chocolate amargo. Por ter maior concentração de cacau, e menos açúcar, ele é considerado mais saudável, apesar de seu gosto um pouco pungente. O cacau é rico em flavonoides, o que reflete no chocolate. Entretanto, a maior parte dos nutrientes do cacau se perde durante o seu processamento na transformação em chocolate comum, alem da adição de açúcar. Por isso, o chocolate amargo é mais recomendado, por manter muito mais antioxidantes do cacau que o chocolate ao leite.

            No próximo post sobre prevenção, será tratado o tema dos medicamentos não-esteroides e da ação de algumas vitaminas antioxidantes.

Escrito por: José Alberto Souza Abdon

Fontes de pesquisa:

 GALDINO, TATIANA P. Dieta Mediterânea E Longevidade. In: Atualizações em Geriatria e Gerontologia IV: Aspectos Demográficos, Biopsicossociais e Clinicos do Envelhecimento. Porto Alegre: ediPUCRS, 2012. P.65-80

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