Gorduras: eficácia na
prevenção.
As gorduras são frequentemente ligadas à dietas, as quais
as indicavam como os grandes vilões do processo de ganho de peso, junto com os
carboidratos. Também era dito que as gorduras insaturadas eram, sempre,
gorduras boas e que deveriam ser sempre ingeridas, ao passo que as saturadas
eram as ruins, e que sempre causariam malefícios. Entretanto, diversas pesquisas
feitas recentemente começaram a indicar uma mudança nesses conceitos
nutricionais.
Mas o que exatamente as gorduras tem a ver com o
Alzheimer?
A informação base com relação aos lipídeos é que aqueles
que são saturados aumentam o risco de se desenvolver a doença de Alzheimer, e
os insaturados diminuem tal risco. Ácidos poli-insaturados (ou seja, com mais
de uma ligação dupla do esqueleto carbônico), classificação que engloba os tão
populares ômega-3 e ômega-6, quando metabolizados, formam, principalmente, DHA
(ácido docosahexanoico) e AA (ácido araquidônico). Esses ácidos têm por função
controlar o crescimento neurítico, sendo o DHA anti-inflamatório, e o AA
pró-inflamatório.
Esses ácidos também atuam na neuroproteção, diminuindo
diretamente os efeitos do acúmulo da proteína beta-amiloide, e da
hiperfosforilação da proteína Tau,
diminuindo assim a formação de placas, sintoma presente na doença de Alzheimer.
O efeito anti-inflamatório do DHA também é um grande fator de prevenção da
doença.
Entretanto, sabe-se que não se deve exagerar no consumo
de ácidos graxos poli-insaturados: em concentrações muito altas, eles tendem a
se tornar radicais livres. Para melhor processamento e absorção desses ácidos graxos,
é recomendável ter ingestões equilibradas de gorduras saturadas.
Como coloca a reportagem da revista veja, edição 2275 - ano 45 - nº 26, 27 de junho de 2012,
O equilíbrio entre a gordura saturada e a insaturada deve ser feito, uma vez
que uma não é a “vilã” e a outra não é a “mocinha”. Com relação ao Alzheimer, a
gordura saturada não possui, pelo menos por enquanto, evidências de ser
benéfica na prevenção e no tratamento do Alzheimer, sendo vista com efeito
exatamente contrário. Claro, já existem vários outros efeitos positivos da
gordura saturada sobre o metabolismo e outras doenças, como foi colocado na
reportagem sobre a aterosclerose, em que ela teve um resultado positivo num
experimento sobre a doença, enquanto os carboidratos tiveram um resultado
negativo.
Na próxima postagem sobre prevenção, será tratado o tema
da dieta mediterrânea e dos benefícios do vinho e do chocolate sobre a
prevenção da doença de Alzheimer.
Escrito por: José Alberto Souza Abdon
Fontes de pesquisa:
revista veja, edição 2275 - ano 45 - nº 26, 27 de junho de 2012, matéria de capa.