Bioquímica do Alzheimer

“Como é terrível o dom do conhecimento, quando não serve a quem o tem!”

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Gorduras: eficácia na prevenção


Gorduras: eficácia na prevenção.
           
            As gorduras são frequentemente ligadas à dietas, as quais as indicavam como os grandes vilões do processo de ganho de peso, junto com os carboidratos. Também era dito que as gorduras insaturadas eram, sempre, gorduras boas e que deveriam ser sempre ingeridas, ao passo que as saturadas eram as ruins, e que sempre causariam malefícios. Entretanto, diversas pesquisas feitas recentemente começaram a indicar uma mudança nesses conceitos nutricionais.
            Mas o que exatamente as gorduras tem a ver com o Alzheimer?
            A informação base com relação aos lipídeos é que aqueles que são saturados aumentam o risco de se desenvolver a doença de Alzheimer, e os insaturados diminuem tal risco. Ácidos poli-insaturados (ou seja, com mais de uma ligação dupla do esqueleto carbônico), classificação que engloba os tão populares ômega-3 e ômega-6, quando metabolizados, formam, principalmente, DHA (ácido docosahexanoico) e AA (ácido araquidônico). Esses ácidos têm por função controlar o crescimento neurítico, sendo o DHA anti-inflamatório, e o AA pró-inflamatório.
            Esses ácidos também atuam na neuroproteção, diminuindo diretamente os efeitos do acúmulo da proteína beta-amiloide, e da hiperfosforilação da proteína Tau, diminuindo assim a formação de placas, sintoma presente na doença de Alzheimer. O efeito anti-inflamatório do DHA também é um grande fator de prevenção da doença.
            Entretanto, sabe-se que não se deve exagerar no consumo de ácidos graxos poli-insaturados: em concentrações muito altas, eles tendem a se tornar radicais livres. Para melhor processamento e absorção desses ácidos graxos, é recomendável ter ingestões equilibradas de gorduras saturadas.
            Como coloca a reportagem da revista veja, edição 2275 - ano 45 - nº 26, 27 de junho de 2012, O equilíbrio entre a gordura saturada e a insaturada deve ser feito, uma vez que uma não é a “vilã” e a outra não é a “mocinha”. Com relação ao Alzheimer, a gordura saturada não possui, pelo menos por enquanto, evidências de ser benéfica na prevenção e no tratamento do Alzheimer, sendo vista com efeito exatamente contrário. Claro, já existem vários outros efeitos positivos da gordura saturada sobre o metabolismo e outras doenças, como foi colocado na reportagem sobre a aterosclerose, em que ela teve um resultado positivo num experimento sobre a doença, enquanto os carboidratos tiveram um resultado negativo.
            Na próxima postagem sobre prevenção, será tratado o tema da dieta mediterrânea e dos benefícios do vinho e do chocolate sobre a prevenção da doença de Alzheimer.
              Escrito por: José Alberto Souza Abdon
              Fontes de pesquisa:
revista veja, edição 2275 - ano 45 - nº 26, 27 de junho de 2012, matéria de capa.
              
                                                                                                                                                      



       

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