Bioquímica do Alzheimer

“Como é terrível o dom do conhecimento, quando não serve a quem o tem!”

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Exercícios: a principal recomendação preventiva – parte 1


            A base dos métodos preventivos contra a doença de Alzheimer é representada pela prática de exercícios físicos e mentais. Estudos demonstram que ambos tipos de exercício têm atuações diversas no sistema nervoso humano, que se relacionam com a prevenção do Alzheimer.
            O exercício físico, ou seja, aquele relacionado aos esportes e outras atividades que envolvam a movimentação do corpo, está inteiramente ligado ao bem-estar e a saúde do indivíduo. A ligação entre esses dois fatores provavelmente se refere a capacidade do exercício poder gerar espécies químicas conhecidas como “espécies reativas de oxigênio” (ROS), cuja função está relacionada à síntese de antioxidantes, dentre outros. Outros benefícios são, também, claramente observados: aceleração do processo cognitivo, aumento do fluxo sanguíneo cerebral (e, portanto aumento da oxigenação), aumento do nível de neurotransmissores, e melhora na flexibilidade mental e atencional em idosos.
            Outro fator interessante do exercício físico é que ele pode estar intimamente ligado à enzima Citocromo c Oxidase (COX), também conhecida por complexo IV. Essa enzima atua na cadeia transportadora de elétrons da mitocôndria, catalisando a reação em que o citocromo c, ligado a um átomo de ferro 2+, doa elétrons para moléculas de H+, que reage com gás oxigênio, formando água, e no processo transportando quatro íons H+ para o espaço intermembrana da mitocôndria. O Alzheimer, alem de outras doenças neurodegenerativas, tem uma relação com esta enzima, pois ela está envolvida na síntese de ATP (molécula energética utilizada pela célula), essencial para a sobrevivência da célula. Estudos indicam que o exercício físico promove um aumento  na produção dessa enzima, o que justifica o fato de idosos com boa capacidade cardiorrespiratória e com uma rotina não sedentária terem melhor desempenho cognitivo.
            Outra consequência observada é o aumento na produção de neurotransmissores (como noradrenalina e dopamina), e também trabalha na neurogênese (criação de novas células nervosas). Estas novas células recebem estímulos para secretar maiores doses de uma substância neurotrófica denominada BNDF, a qual tem por função proteger os neurônios e mantê-los saudáveis. Dessa forma, há uma importante correlação entre a prática de exercícios e a prevenção do Alzheimer.
            Na próxima postagem sobre prevenção, será tratada a questão do exercício mental, tal como palavras cruzadas e a leitura.

Escrito por: José Alberto Souza Abdon


Fontes de pesquisa: 

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